Um dos últimos registros feitos do autor em um dos lugares que mais gostava de apreciar - no alto do Jacroá - admirando a imensidão da natureza, contando histórias sobre a vinda dos bandeirantes, as primeiras colônias e fazendas e tentando contar quantas lagoas do Parque Estadual do Rio Doce conseguia ver; além de indicar a direção das cidades e lugarejos ao longe, como Baixa Verde, Dionísio e a BR-262.
Êta Babilônia! é a expressão das lembranças e conhecimentos de um marlierense que tem pela terra natal enorme apego e carinho. Pelos antepassados e pela história da cidade uma paixão. E na vida um sonho: transformar em livro tudo o que escreveu durante anos sobre o cotidiano da antiga Babilônia: sua origem, primeiras construções, primeiras famílias, casas, ruas e comércio. Por Arlaine Castro - Organizadora
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Um pouco mais da história...
Sesmarias em Babilônia e região
Na época do Império no Brasil, o
sistema de distribuição de terras era a concessão de sesmarias. O Imperador
atendia aos pedidos outorgando documentos de concessão de grandes levas ou
“datas” de terras para quem pedia. Eram grandes extensões, considerando as
medidas atuais e abrangiam muitos alqueires, enormes fazendas ou mesmo regiões
rurais, tais como: Fazenda dos Assis, Oncinha, Lourenço, Guarani, Onça,
Trindade, etc. Temos documentos lavrados no século XIX que se referem a uma
divisão de sesmaria de terras que abrangiam os lugares chamados de Paiol,
Brejaúba, Lourenço, Goiabeira e vizinhanças: Eugênio, Guarani, Oncinha.
Os proprietários
eram considerados pessoas de grande prestígio e tinham os títulos honoríficos
de membros da Guarda Nacional, tais como Capitão, Major, Coronel, Alferes.
Exemplos: Capitão Manoel Caetano Gonçalves Correa, grande proprietário de
terras na região do Alfié; Major José Martins Carneiro, o Sr. “Juca Martins”, farmacêutico e poderoso comerciante
da Babilônia; Coronel Carvalho de Brito em Antônio Dias; Barão do Alfié;
Capitão Quintão e Capitão Juca Felicíssimo; também em terras babilonenses.
Desse modo, o
Império Brasileiro tinha como uma de suas províncias a de Minas Gerais, cuja
capital era Vila Rica. E as subdivisões seguiam: Termo de Sabará, Comarca de
Caeté, município de Rio Piracicaba, distrito de Itabira do Mato Dentro, povoado
de Santana do Alfié, vila de Antônio Dias Abaixo, arraial de Onça Grande,
sesmaria de Onça Pequena. E esta era composta dos terrenos de Mata do Silva,
São Bento, Olaria, Limoeiro, Braúna, Cachoeira, Inhame, Buraco, Paiol e outros.
Nos tempos de
antanho, quando os longevos ganharam estas terras para serem cultivadas, a
sesmaria constava desde as nascentes e vertentes das cabeceiras do ribeirão
Onça Grande e seus afluentes até a barra da Jacuba, onde começava outra sesmaria
do antigo São José do Grama. Com o passar dos anos, outros proprietários foram
se apossando de glebas circunvizinhas e devastando matas para plantar roças de
subsistência do incipiente lugar.
E as famílias foram se fixando nas diversas
regiões rurais: família Quintão na Boa Vista, Olaria, Santo Inácio, Santa Cruz,
São Bento, Silva, etc. Os Castro no Ribeirão da Onça, Paciência, Derrubado. Os
Moreira da Silva na Braúna. Por aqui foram os Ernesto da Cruz na Conquista e
Cedro. Um exemplo foi Tio Totone que da Onça veio pela Casa Nova e Gil até o
São Domingos.
(trecho do livro Eta Babilônia!)
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